29 de abril de 2011

Lembrando Diana - a rosa da Inglaterra

O Casamento de William e Kate me fez pensar na Grande Ausência
da mãe do herdeiro do trono britânico: Princesa Diana.
Relembre as circunstâncias de sua morte e confira um editorial

Fotografia de Vojko Kalan

Dizem que cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo se postaram em frente à TV, a fim de assistir, nesta sexta-feira, ao casamento do Príncipe William - que (conforme a imprensa) recebeu da avó, a Rainha Elizabeth II do Reino Unido da Grã-Bretanha, o título de Duque de Cambridge - com Kate, que se tornou Duquesa Catherine. Eu fui uma delas. Uma dos 2 bilhões de telespectadores.

A cerimônia na Abadia de Westminster, da Igreja Anglicana, que fica em Londres (Inglaterra), foi belíssima. Destaco duas coisas: as tomadas de câmera, que começavam lá do alto e sobrevoavam os chapéus coloridos das elegantes convidadas (nobres ou não), e também o coral de meninos, que entoou várias canções as quais, mesmo sem entender nadinha dos versos, me emocionaram. O irmão da noiva, James Middleton, leu trechos de uma das epístolas de São Paulo, a Carta aos Romanos. Alguns versículos:

"Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Socorrei às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da hospitalidade.

Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os praguejeis. Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram. Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos.

Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens. Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens. Não vos vingueis uns aos outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o Senhor.

Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Procedendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem" (Rm 12, 9-21).

Analistas disseram na TV que se trata de um texto religioso com forte mensagem política, adequada para um mundo globalizado e multiculturalista, urgentemente necessitado de respeito mútuo, entendimento e tolerância quanto o que vivemos.

Porém, este Post d'A Católica é para "chorar", digamos assim, uma ausência sentida no evento desta sexta-feira: a da Princesa Diana, mãe do Príncipe William, recém-convertido em Duque de Cambridge. Revirando anotações antigas, encontrei um editorial que escrevi para o Jornal Mural exibido na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich-UFMG), onde estudei Comunicação Social-Jornalismo.

Diana morreu aos 36 anos de idade na madrugada de 31 de agosto de 1997. Sua agonia, que durou cerca de três horas, começou em um túnel próximo ao rio Sena, em Paris (França).

28 de abril de 2011

(Não) olhe o passarinho... Um Post sobre as fotos que não tirei

Uma crônica sobre fotografias não tiradas, fotos que "comprometem"
e imagens que são impossíveis de registrar, pois ficam gravadas
apenas na alma... Você tem histórias parecidas com as que conto aqui?

Fotografia de Anna Cervova

Manhã num parque de São Paulo

Não levei a máquina.
Então, não fotografei
a flor amarela na calçada cinza.

Nem o cisne preto
correndo na água turva.
Nem os cata-ventos coloridos
espetados no isopor,
com uma garrafa de
Guaraná Antártica
cheia de água por cima,
para não saírem todos
voando pelo ar...

Não fotografei a língua
vermelha do mam,
nem o mural cheio de sonhos dos Gêmeos.

Nem os troncos velhos e retorcidos
ou o leão de pedra
com sua boca enorme
e aberta,
onde meninos enfiavam canudinhos.

Nem a placa quadrada
e verde colada
no chão de cimento frio,
onde li pintado de laranja:
"Ibirapuera".

Ninguém verá as fotos
que tirei com a mente.

Registros pessoais de
um dia quente,
em que eu estava gelada,
sozinha e triste. Por dentro.

**********

Esse poeminha é honesto. Digo, verídico. Fui a um lugar lindo, não levei a máquina fotográfica, portanto não guardei para a posteridade as belezas que meus olhos viram. Isso já aconteceu com você? Com meus pais ocorreu o seguinte...

... Nos idos de 1986, depois de passarem o reveillon na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e fotografarem todos os fogos de artifício multicoloridos no céu a que tinham direito, bem como os passeios que fizeram na Cidade Maravilhosa... Perderam a máquina fotográfica. Com o rolo de filme e tudo. Esqueceram a câmera num banco de praça. Não, não foi no Rio, e sim em Linhares, no estado do Espírito Santo, onde tinham ido em seguida, a fim de visitarem um casal amigo.

Meus pais e eu vivemos histórias diversas, cujo resultado foi o mesmo: ficamos sem as fotos. Não somos os únicos. Torno a perguntar: isso já aconteceu com você?

26 de abril de 2011

Bloggueira há 9 meses: obrigada a VOCÊ!

A Católica faz aniversário e há muita gente a quem agradecer:
internautas, comentaristas, seguidores... Dei nome a muitas dessas
adoráveis pessoas: quem sabe o seu não aparece neste Post especial?

Fotografia de D. Sharon Pruitt from Hill Air Force Base, Utah, USA

Chegou o dia de eu escrever mais um dos Posts de aniversário d'A Católica! SE este é o primeiro deles que você lê, saiba que o objetivo é fazer um levantamento do número de acessos ou de visitas, dos comentários e dos novos seguidores ou ADORÁVEIS Gourmets (como gosto de chamá-los), que o Blog ganhou nos últimos 30 dias.

Não posso deixar de pontuar que ser Bloggueira "não é pra qualquer um"!... ÊPA: não que eu queira me exaltar por (brava e heroicamente) ser um deles, mas é que não é fácil. Tenho que dizê-lo.

São tantos obstáculos, que só muita paciência, uma vontade enorme de me comunicar e receber o seu feed-back, bem como a luz do Espírito Santo para aguentar o desafio. Por exemplo: passei a Semana Santa em São Paulo, na nova casa da minha única irmã, Andréa Cristina. Não é que, logo no primeiro dia, eu tive que "implorar" para usar o lap-top dela? Como canta Vinícius de Moraes, "é fogo, irmão. É fogo, irmão...".

Entre "mortos e feridos", estou aqui. De pé. E de volta a Belo Horizonte. Convido-o a acompanhar a Retrospectiva desse 9º Mês. Quem sabe o seu nome não aparecerá entre aqueles que receberão o meu Muito Obrigada de modo especial? SE ele não estiver, não se apoquente. Acolha o meu Agradecimento Genérico e De Coração por contar com os seus olhos e o seu tempo precioso aqui, n'A Católica.

SE esta é a primeira vez que você degusta um Post do Blog, seja Muito Bem-Vindo!

"Bem-Vindo" - Imagem de Vera Kratochvil

Sugiro que dê um pulinho na página About e, a partir dela, explore o trabalho desenvolvido aqui. Se alguma palavra ou imagem tocar o seu coração, IUUUPI!, já me darei por satisfeita. Se achar que deve opinar, vá em comentários, que aparece sob cada um dos Posts, e... Solte o seu verbo. Se quiser escrever alguma solicitação em particular, apenas para mim, o endereço de e-mail está no sidebar (barra lateral).

Agora... Vamos aos dados desse 9º mês!

24 de abril de 2011

Jesus de Nazaré Ressuscitou!

"Jesus é, ao mesmo tempo, o Sol do primeiro dia
e o fim último de toda a criação." (Irmã Vera Ivanise Bombonatto)

Imagem de David Wagner

Imagem: Cristo ressurrecto, Catedral de Caxias do Sul
(Rio Grande do Sul - BRASIL), Autor Desconhecido

20 de abril de 2011

Vestir-se com as armas de São Jorge

Conheça a história do santo turco, cuja oração
nos faz sentir capazes de humilhar qualquer inimigo -
até mesmo o dragão (como narra a lenda)
que ele valentemente abateu.
No final do Post, uma canção de Jorge Ben Jor


Heiliger Georg (1912), August Macke

Todos temos aquele gesto especial que consegue nos tranquilizar nas horas mais incertas. Alguém supersticioso, por exemplo, faz figa com a mão: punhos fechados e o polegar apertado entre os dedos médio e indicador. Outra pessoa passa a mão no terço que traz na bolsa e o segura firme. Um terceiro olha para o céu e respira fundo. Eu, a Bloggueira que lhe escreve, sempre recito a Oração a São Jorge que minha mãe, Magali, me deu. Ela me dá força. Me faz me sentir imbatível.

Por isso, vou logo começando este Post d'A Católica, em plena Semana Santa, dividindo com você essa prece. Quero que, como eu, você também vá experimentando a intrepidez de Jorge. De São Jorge, cuja memória toda a Igreja celebra nesta semana, no dia 23 de abril.

Chagas abertas, Sagrado Coração. Todo amor e bondade, o sangue do meu Senhor Jesus Cristo no meu corpo se derrame, hoje e sempre.

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder da Sua santa e divina Graça, a Virgem Maria de Nazaré me cubra com seu sagrado e divino manto, me protegendo em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com a Sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos e o glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, em nome da falange do Divino Espírito Santo, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza do poder dos meus inimigos carnais e espirituais e de todas as suas más influências e que, debaixo das patas do seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer, que me possa prejudicar.

Assim seja, com o poder de Deus e de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. Amém.

19 de abril de 2011

Expedito: um santo pra quem tem pressa

Confira uma seleção de orações para rogar a intercessão
do padroeiro das causas urgentes. 19 de abril é o seu dia:
junte-se ao coro da Igreja. Qual é a sua premência?

Fotografia de Poussin jean

A praying Polish woman in besieged Warsaw - September of 1939 - Julien Bryan

18 de abril de 2011

Um ano sem o poeta Raul Camargo

Neste Post d'A Católica, você confere 2 poemas inéditos
desse artista sensível (um sobre o computador e outro sobre o amor)
e contempla lindas imagens de rosas amarelas - as preferidas dele

Fotografia de Ivagner

Há um ano, mais exatamente no dia de Santo Expedito, deixava o mundo aos 96 anos de idade incompletos o Poeta Raul Camargo. Para homenageá-lo, A Católica apresenta dois poemas de sua autoria. Ainda não publicados. Você mesmo, internauta, vai poder apreciar o seu talento e prová-lo por si.

Meu relacionamento com esse ser humano singular e artista adorável, já o demonstrei em Post anterior do Blog. Neste, deixo a palavra com os editores do livro Poetas Brasileiros de Hoje (Shogun Editora e Arte, 1986) e com o médico Christian Marcellus, primeiro das dezenas de netos do homenageado.

Segure o coração. Prepare-se para dois aperitivos da sensibilidade de quem vivia para fazer poesia, amar e rezar pela numerosa família.

No primeiro poema, há uma descrição cheia de humor e lirismo da influência da informática nas pessoas e no mundo - isso, em pleno início dos anos 1990, quando o uso do computador pessoal (pelo menos no Brasil) não estava disseminado. No segundo, Raul Camargo nos delicia com um singelo tête-à-tête com a amada (imaginária?) sobre os sentimentos que nutria por ela.

Que Deus o tenha. Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno e que a luz perpétua o ilumine.

Este Post d'A Católica é dedicado a você, que também já perdeu um ente querido. Saudade é pouco para definir o que fica, quando alguém que faz Toda a Diferença parte para o abraço eterno de Deus. Nosso Pai.

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16 de abril de 2011

A Semana Santa de Um Jeito Simples!

Neste Post d'A Católica, você tira as suas dúvidas sobre: Paixão,
Tríduo Pascal, Círio Pascal, o que se celebra na Quinta-Feira Santa...
No final, ainda há uma bela oração de Preparação à Páscoa. Confira!

Fotografia de Barb Ver Sluis

Fotografia de Teodoro S Gruhl

His only begotten son and the word of God (1885-1896), Viktor Vasnetsov

Aviso ao Navegante:
Se você já sabe tudo (ou quase tudo) sobre Semana Santa, talvez este Post não seja para você. Porque aqui vou tratar de conhecimentos básicos que eu mesma busquei, a fim de entender esse momento da nossa Igreja. Estava cheia de dúvidas e quero dividir o que encontrei com o internauta d'A Católica que também as tem.

Você é um deles? Assim como eu, você não quer viver a próxima Semana "voando", nem "boiando" (como dizemos aqui no Brasil)? Então, este Post é todinho seu!

13 de abril de 2011

Você tem a noção de onde está? E para onde vai?

A distração "embaça" o momento presente e nos faz assistir à missa
ou levar a vida em "um mundo paralelo", sem desfrutar do Aqui e Agora.
As consequências de viver distraído, você lê neste Post d'A Católica

Girl with a Book - 19th century - Almeida Júnior

Assisti na TV a um vídeo muito engraçado de uma mulher caindo na água, no meio de um shopping center. Conforme a reportagem da Globo News, que foi ao ar na manhã dessa terça-feira, dia 12 de abril, o incidente ocorreu no estado da Pensilvânia (EUA). O portal G1 relata que foi em Berkshire (Inglaterra). As câmeras de segurança do estabelecimento filmaram-na distraída, andando de celular em punho, quando sem perceber... Tchbum! Caiu de roupa, bolsa e tudo em uma fonte no meio do corredor.

Às vezes, a distração resulta apenas em ter a cabeça, os pés e os documentos encharcados - nada além disso. Noutras, seus danos são bem maiores.

Coincidentemente, para o mesmo dia em que a reportagem sobre o "mergulho no shopping" foi ao ar, o canal de TV a cabo Sony anunciou a estreia de uma nova série: Body of Proof. Segundo a chamada nos intervalos comerciais, trata-se da história de uma cirurgiã bem-sucedida, que se viu obrigada a "mudar de carreira" depois de se envolver em um gravíssimo acidente no trânsito: um caminhão se chocou com o seu carro, porque ela estava (adivinhe) distraída, conversando ao celular.

A reportagem jornalística e a série de ficção me levaram a pensar sobre a distração. DISTRAÇÃO. De acordo com o dicionário, a palavra tem dois grandes significados: 1º) divertimento, recreio e 2º) falta de atenção. Neste Post d'A Católica, vou me deter no segundo sentido, que pode ser sintetizado assim: "Distração é estar em um outro lugar, que não é o 'aqui e agora'".

11 de abril de 2011

O vício da fofoca, a guerra silenciosa e o amor cristão

Um mexerico "inocente" pode destruir famílias e Grupos de Oração.
É dever de quem se diz cristão (e católico) esforçar-se para
superar esse vício terrível. AMAR o Próximo não é opção: é obrigação

The friendly gossip (Sem Data), Eugen von Blaas (1843-1932)

Uma vez Padre Léo disse (em uma de suas palestras) que teve “uma visão” do Inferno. Ele era um enorme tapete vermelho. Enorme. Muito comprido. Quando chegou mais perto para ver de que trama era feito, qual o tecido usado, descobriu que a confecção consistia em milhares de línguas de “gente fofoqueira”. Umas costuradas às outras. Após o seu relato, pediu à audiência cuidado, para que a língua de cada um deles, num dia, também não fosse parar lá. Naquele tapete vermelho.

Eu já fiz bastante fofoca. E fui vítima de inúmeras. Graças a cada uma delas, fofocas que eu fiz e que fizeram de mim, acabei perdendo a vontade de me relacionar, com mais profundidade, com gente que eu estimava. Me afastei, me distanciei, a ponto de não ter ânimo de estar com aquelas pessoas. Em resumo: a fofoca destroi a convivência. Esfria o amor.

E sabe o que é mais irônico?

Sem nenhuma exceção: incluindo eu mesma, a Bloggueira que lhe escreve, todas as pessoas que eu vi envolvidas em “leva e traz” são religiosas. Algumas, católicas apostólicas romanas como eu. Outras, espíritas kardecistas. Nenhuma sequer era ateia. Isso pode se dar, porque meu círculo de relacionamentos, hoje, não envolve (que eu saiba) alguém que descrê de Deus. Por outro lado, se meu círculo é formado por pessoas que têm uma crença, por que tanta fofoca?

Recentemente, adquiri o livro A Essência das Religiões (Martin Claret, 2005). Já na página 19, vem escrito: “Regra áurea (Segundo as Dez Grandes Religiões do Mundo)”.

9 de abril de 2011

Uma crítica à fala de Arnaldo Jabor

Comentarista de telejornal no Brasil defende que tragédia
em escola no Rio prova que "Deus está ausente".
Ele põe a culpa pelo massacre na religião

Creation of Adam (detalhe), 1510 - Michelangelo Buonarroti

Internauta d'A Católica: agora, neste momento em que começo a digitar este Post do Blog, são 00h47. Há cerca de cinco (isto mesmo: cinco) minutos, o comentarista do Jornal da Globo, Arnaldo Jabor, acabou de afirmar que o crime que o rapaz de 23 anos cometeu na escola no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, foi "religioso" e que a tragédia prova que "Deus está ausente".

Estou estupefacta por sua opinião, porque (caso você não saiba) Arnaldo Jabor é uma personalidade, digamos, respeitada no Brasil, cineasta famoso, etc., que costuma comentar fatos da atualidade no Jornal da Globo, que vai ao ar por volta da meia-noite na maior emissora de TV do meu país.

Engraçado que, mais cedo, em torno das 13h30, o professor Mário Sérgio Cortella foi a outro telejornal da mesma emissora, o Jornal Hoje, asseverar justamente o contrário: que é imprescindível sim, pesquisar e localizar uma causa, uma razão para o que ocorreu, mas que agora seria insensato e não recomendável apontar, isoladamente, este ou aquele motivo: "Ah, a culpa foi da religião" ou "Ah, a culpa foi da Internet".

Que diferença! Duas opiniões contrastantes no mesmo dia, digo, no mesmo espaço de 24 horas, na mesmíssima emissora de televisão.

Tive pena de Arnaldo Jabor. Nada, absolutamente nada contra ele ter uma opinião: afinal, a Rede Globo o paga (ou deve pagá-lo) para isso. Para se pôr diante das câmeras, filmado da barriga pra cima, para gesticular com seu terno escuro e sua gravata colorida as suas impressões aparentemente "sensatas" para milhares de telespectadores.

Porém, hoje, notei-o mais alterado do que de costume.

Parece que ele aproveitou o ensejo da carta suicida do rapaz, que menciona Deus e Jesus Cristo, para exibir toda a sua aversão à religiosidade e à fé na existência de Deus. Arnaldo Jabor se afigurava a qualquer coisa, menos a uma pessoa ponderada fazendo colocações fundadas em argumentos inteligentes. Falou destemperadamente como se (eu disse "como se") quisesse convencer o telespectador de que quem acredita em Deus é tão estúpido quanto o jovem atirador.

O comentarista/cineasta terminou insinuando que o massacre na escola - que vitimou fatalmente 12 pré-adolescentes e deixou outros 13 feridos - é prova contundente de que Deus não existe. "Ele está ausente", garantiu.

Não vou escrever este Post como se "conversasse" com Arnaldo Jabor. Sua posição inflamada me convenceu de que ele não estaria aberto a um diálogo. A mim, e acho que não estou enganada, ficou claro que ele não acredita em Deus. E ponto. Portanto, vou falar com você: meu importante e estimado internauta. A chacina na escola no Rio teve momentos decisivos que mostraram, ou melhor, que berraram que Deus estava presente sim.

7 de abril de 2011

O crime na escola do Realengo - Rio

Pela primeira vez na história do Brasil, alguém invade uma escola
para cometer um massacre contra crianças em salas de aula

Fotografia de Petr Kratochvil

Sei de cor o nome de todas as professoras e de todas as escolas nas quais estudei. A primeira era "Palhacinho Dengoso". A última, "Salesiano". Foram várias. Meus pais, minha irmã e eu nos mudamos muito, até de cidade. Daí, a variedade. Eu amava cada uma das minhas escolas. Os colegas eram "meus melhores amigos". As professoras, "tias" - mesmo quando há muito eu já havia passado da idade de chamá-las assim. E as instituições em si, as casas ou prédios onde as escolas funcionavam, eu as considerava como "mães".

As escolas nas quais estudei foram minhas "mães" também. Seus tijolos, corredores, pátios, concretos, estrutura e tímidos jardins com parcas rosas me abraçavam, me envolviam, me acolhiam, me amavam.

Nunca mais quero retornar a nenhuma delas. Porque chorarei à beça. Assim como um filho tem o cheiro da mãe e a mãe, do filho, visitar alguma das escolas onde estudei me fará encarar as minhas impressões nas paredes, nas carteiras, nos quadros negros (que na verdade eram verdes). Não sei se estou preparada para rever todas essas marcas. Sinais de quem eu fui e não tornarei a ser.

Hoje, 7 de abril de 2011, um ex-aluno pensou diferente de mim. Ele quis retornar. Aos 23 anos de idade, quis encarar de novo os tijolos, os corredores, os pátios e os concretos. Os tímidos jardins e as parcas rosas. Por volta das 8h da manhã, teria alegado a uma professora que faria uma palestra na instituição: Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro - daí a visita inesperada. Porém, ele estava armado. Dois revólveres calibres 32 e 38 e bastante munição.

6 de abril de 2011

Jejuar pra quê, meu Deus?

Por que vencer a tentação da gula? Livro esclarece essa e outras questões
e nos convence a abraçar de vez o jejum, mesmo além da Quaresma

Fotografia de Petr Kratochvil

Feijoada. Carne de sol, couve verdinha, fatias de laranja, orelha de porco. Dobradinha. Grão de bico. Arroz soltinho. Com bastante alho. Língua de boi. Molho com tomate e pimetão. Tutu à mineira. Ovos de codorna. Frango frito. Bacon. Muito bacon. Comida japonesa. Salmão, atum, cogumelos. Raiz forte e molho shoyo. Risoto. Arroz a piemontesa. Batata palha. Ou frita. Picanha. Salada: palmito, azeitona (preta), alface crespa. Esses são apenas alguns dos motivos por que não fazer jejum!

Jejum.

Palavra forte demais diante das delícias da cafeteria, do restaurante, do bufê da festa de casamento, da despensa da nossa casa. Conforme o dicionário, significa "privação de comida durante um período". Pra quê, meu Deus? Só por "espírito de penitência", já que estamos na Quaresma? O jejum imposto desse jeito (Quaresma = jejum = sofrimento) me causaria desconforto, frustração, raiva... E, depois de um certo tempo, me faria jogar tudo para o alto e desistir. Dele, do jejum.

Motivada por esta pergunta: "pra quê jejuar, meu Deus?", decidi mergulhar no livro Jejuar - Corpo e alma em oração (Paulinas, 2009), do monge beneditino - ou seja: da Ordem de São Bento (480-547) - alemão Anselm Grün. Foi um mergulho que dei ao longo desse mês de março e que se mostrou recompensador.

Aprendi, por exemplo, que "a Igreja não inventou o jejum. Ela apenas adotou e desenvolveu a prática do judaísmo e os conceitos sobre jejum presentes no mundo greco-romano". Também que "para a Igreja primitiva, jejuar não era um assunto privado, mas estava relacionado com a liturgia e geralmente era praticado em comunidade". E ainda que "o jejum físico deve estar unido ao espiritual, isto é, à abstinência de pensamentos maus".

A intenção deste Post d'A Católica é apresentar a você alguns frutos da minha leitura. Para facilitar o desenvolvimento, dividi-o em três seções. Atenção: elas não correspondem à organização da imperdível obra de Grün, que tem sete ótimos capítulos. Os títulos das seções são por minha conta. Isso posto... Boa degustação!

4 de abril de 2011

With Love From Me To... Tia Beth

Neste Post d'A Católica, uma carta à Melhor Tia do Mundo
e Sua (incrível) Bolsa da Sabedoria. Sinta-se convidado a lê-la também!

Fotografia de uma típica caixa dos Correios do BRASIL, por Morio

Imagem: Deutsche Post AG

1 de abril de 2011

Crônica sobre a cegueira

Como Paulo um dia, também trago escamas nos olhos
que me atrapalham a ver a vida conforme a visão de Deus

Fotografia de jane doe

Fotografia de David Wagner