4 de abril de 2011

With Love From Me To... Tia Beth

Neste Post d'A Católica, uma carta à Melhor Tia do Mundo
e Sua (incrível) Bolsa da Sabedoria. Sinta-se convidado a lê-la também!

Fotografia de uma típica caixa dos Correios do BRASIL, por Morio

Imagem: Deutsche Post AG

Belo Horizonte, 4 de abril de 2011.

Querida Tia Beth,
Feliz Aniversário!

Foi Mamãe Gali quem me lembrou - sorry! Não sou muito boa com datas. Não mesmo. Marquei meu casamento no civil no dia do aniversário da Andréa Cristina, "atrapalhando" a festa dela... (Sem me dar conta disso.) Me confundo com idades também: a quem me pergunta quantos anos meus pais têm - e noutro dia meu oftalmologista perguntou -, eu respondo: "Meu pai nasceu em 1951 e minha mãe, em 1953. Ou 1958... Não. Foi em 1953, que em 1958 foi a Madonna. A cantora".

Enfim...

Este Post do Blog A Católica é para celebrar com você o seu ano a mais de vida!

Sabe o que veio vindo (vem vindo) à minha mente? Nossas fotografias juntas.

A primeira é você com uma camisa de pano, listradinha (se não me engano), com uma calça (de brim?) cor-de-rosa, carregando-me nos braços, no hospital. No dia em que nasci, em 1976! Linda foto. Está no meu álbum de bebê, lá na casa da mamãe e do papai. Você sempre diz que ficou impressionada com meus olhos bem abertos, curiosos, que não se fechavam por nada.

Dou um baita avanço no tempo e me recordo de uma foto na casa da Vovó Antonieta: noite de Natal do ano de 1995 (se não me falha a memória). Você me abraça gostoso. Está de preto. Eu, com uma saia de retalhos coloridos que vai até o pé e uma blusa de alcinhas prateada, que a Mamãe Gali fez. Você sorri serena e eu, mostrando todos os dentes da minha boca com batom vermelho.

Naquela época, eu estava deixando a Faculdade de Letras para iniciar um novo curso: Comunicação Social-Jornalismo. No dia da foto, naquele mesmo dia, lhe pedi um conselho: "Tia Beth, você acha que abro mão do teatro e me dedico apenas à faculdade? Estou tão cansada...". Ao que você respondeu: "Não, Princesa, você não está na hora de descansar. Essa hora ainda não chegou".

Esse foi apenas um dos inúmeros conselhos que você tirava pra mim da sua Bolsa da Sabedoria. É: me veio agora esta imagem da bolsa. Tia Beth e Seus Sábios Conselhos. "Princesa, aprendi a me contentar apenas com 70%. Cem por cento é impossível" - você se referia às expectativas que tinha das coisas, das pessoas. "Depois que Larissa Cristina nasceu, nunca mais atravessei a rua do mesmo jeito" - você me contava como ser mãe mudou de vez a sua forma de encarar a vida.

Fotografia de Petr Kratochvil

Foram muitas palavras cheias de sustança, de conteúdo, de vitamina. Eu digeria cada uma delas.

Não posso deixar de mencionar que suas manifestações de afeto também são materiais. Até hoje, tantos anos depois daquele dia no hospital, você me dá presentes.

O relógio com que me presenteou, estilo country, quando completei 18 ou 19 anos de idade, permanece comigo. Sábado passado mesmo, ao dar um giro pelo centro de BH com o Farney, eu o usei. Juntos, meu marido e eu tomamos sozinhos, até o último gole, o vinho chileno com que nos brindou no Natal de 2010. A meia aliança que ganhei de você nos meus 15 anos cintila no meu porta-joias. E não me esqueço da bolsa de pano preto com alças de corda brancas e fundo de palha, que me trouxe de Canoa Quebrada, no Ceará, quando esteve lá. E o buquê de rosas cor de champanhe que me enviou de manhã bem cedo, quando eu ia prestar o meu primeiro vestibular, em 1993? UAU: fui fazer as provas motivadíssima pelo seu Gesto!

Fico pensando, Tia Beth: se você não tivesse nascido, minha história seria outra. Diferente.

O que quero dizer é: você me ajudou a me tornar a pessoa que sou hoje. Você entrou no meu universo e, ao lado dos meus pais, dos meus avós, da minha madrinha e do meu padrinho, auxiliou na minha formação. Contribuiu, deixou a sua marca em mim. Cada passo que dou, cada escolha que faço repercutem o seu exemplo e as suas lições preciosas de não ter medo de quem eu sou e aceitar a vida maravilhosa como ela é.

Por isso, termino esta carta Agradecendo a Deus, que foi muito generoso comigo.

Como se não bastasse haver me reservado os melhores pais, avós (como Vovô Raul e Mãe-Ita), padrinhos, primos, irmã e marido que eu poderia ter, como cereja do bolo, ainda colocou na minha trajetória Beth Camargo: a Melhor Tia do Mundo. Deus lhe pague por cada sorriso que provocou na minha face, por cada batida acelerada do meu coração quando conversávamos, por cada abraço aconchegante e amoroso seu.

Um Beijo Terno e sempre cheio de Admiração,
da sua Princesa.


~Ana Paula~A Católica
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