29 de setembro de 2013

A CATÓLICA no show do Fábio Jr. em BH

Junto ao meu colar TAO, de São Francisco, e à imagem de Teresa de Ávila,
os ingressos do show de um artista que admiro tanto...
Sou católica inserida no mundo! E viva a Música Popular Brasileira (MPB)!

(Imagem: Site oficial do Fábio Jr.)

(Fotografia de Ana Paula - acatolica.blogspot.com)

Nesta semana o programa infanto-juvenil Bem da Hora, da TV Canção Nova, terminou falando sobre o cuidado que os pré-adolescentes devem ter com a música que escolhem para ouvir. Que a gente pensa que as canções que escutamos não nos fazem mal, são coisa "à toa", mas na verdade, de algum modo, acabam influenciando a nossa vida, nosso bem-estar, nosso jeito de ser.

Vira e mexe, na Blogosfera católica, há bloggueiros ou internautas que se dispõem a assumir as suas preferências musicais, como O Catequista, que escreveu sobre a sua experiência na mais recente edição do festival Rock in Rio, que ocorreu há pouco na cidade do Rio de Janeiro, aqui no Brasil. Não é fácil.

Porque há blogueiros e internautas católicos que acreditam que blogueiros, internautas e fiéis católicos não podem ouvir todo tipo de música. Eu mesma, aqui n'A Católica, fui criticada por um internauta anônimo que me assegurou que uma "católica e cristã" não pode gostar de carnaval - vide o Post Eu amo o carnaval: I LOVE carnival.

Fica a dúvida: um católico apostólico romano só pode ouvir canções "de Igreja"? Só é permitido colocar na vitrola os discos do Padre Marcelo Rossi; do Padre Zezinho, scj; do Dunga; do Márcio Todeschini; da Eliana Ribeiro; da Salette Ferreira, enfim, de artistas que só falam de Deus, de Nossa Senhora, do Espírito Santo, dos anjos e, claro, de Jesus?

Quem é que definiu isso? Que católico de verdade só pode ouvir canto gregoriano e demais cantigas litúrgicas?

Repito uma frase que li certa vez no Blog de uma católica, que é casada: "Estou morta para o mundo..." (!!). Eu, não. SE eu quisesse "morrer" para o mundo (e nem assim seria uma morte), estaria em um convento ou em um mosteiro. SE eu optei por ser leiga, por viver fora de um monastério, isso me dá o direito de usufruir das coisas do mundo. De me inserir nele. Ei: não foi isso que Jesus Cristo fez?

Por isso, caro internauta d'A Católica, é que aceitei o convite do meu marido de irmos juntos ao show do cantor brasileiro Fábio Jr., que ocorreu no finalzinho da noite desse sábado, 28 de setembro, aqui na cidade onde vivemos, em Belo Horizonte (BRASIL).

23 de setembro de 2013

Desprezo e abuso sexual

Um trauma "bobo" da minha infância me marcou.
Imagine com o quê têm que lidar os adultos que sofreram
abusos sexuais de pessoas da sua confiança, quando eram crianças

(Fotografia de Jiri Hodan)

Como de costume nos reunimos na metade da mesa da sala de jantar para almoçar: mamãe, Andréa Cristina e eu. Éramos adolescentes e havíamos acabado de chegar do colégio. Conversa vem, conversa vai, do nada, do nada mesmo, veio a minha lembrança um fato longínquo, de quando eu tinha cerca de 3 anos de idade. Após contá-lo, tintim por tintim, mamãe o confirmou - tamanha a vividez da minha recordação.

Meus pais e alguns conhecidos tinham ido acampar para pescar no interior das Minas Gerais (estado onde nasci e vivo aqui no Brasil).

À noite, nós, crianças, deveríamos ficar dormindo em uma das barracas que montaram sobre a grama, no meio do mato. A certa altura, mamãe, que estava me fazendo dormir dando "tapinhas" nas minhas costas e cantando uma canção de ninar, teve que sair da barraca e pediu a uma conhecida, que também fazia a filha dormir, pra continuar a me embalar: "Pode deixar, Magali, eu canto pra Ana Paula...", a tal mulher falou.

Pois bem.

Eu me lembro vividamente, caro internauta d'A Católica, como se tivesse sido ontem, que essa conhecida deu "tapinhas" em mim até a minha mãe atravessar a barraca. Assim que a viu sair, a tal conhecida simplesmente me ignorou. Parou de me embalar, de tocar carinhosamente nas minhas costas e de cantar para mim, voltando-se apenas para a própria filha, que era da minha idade. Até hoje me recordo do choque que senti: ela tinha acabado de garantir a minha mãe que "me daria carinho", mas me deixou só.

Foi a 1ª vez na minha vida em que experimentei o desprezo. E essa lembrança voltou do nada, de repente, em plena adolescência, no meio de um almoço casual com minha mãe e minha única irmã, depois de uma manhã de aulas no colégio.

Essa recordação dolorosa, que me causou perplexidade ante o comportamento de uma mulher que já era mãe (e uma mãe católica apostólica romana) não é NADA, porém, perto do que vi recentemente no Post de um Blog que visito com frequência: o Hypeness.

O blogueiro Vicente Carvalho escreveu a respeito do documentário os Monstros da minha Casa (los Monstruos de mi Casa). Segundo ele, trata-se de um vídeo que "mostra a realidade de crianças vítimas de abuso físico e emocional, na Espanha". A protagonista é a super-mãe Carmen Artero, que "acolhe essas crianças que estão com o emocional absolutamente abalado e com muito medo de voltar para seu próprio lar". O intento dela é abrir uma fundação para que todos tenham direito a uma infância feliz.

Em algumas passagens do documentário, que dura não mais do que 60 minutos, aparecem desenhos de meninos e meninas entre os 5 e os 15 anos de idade, que foram interpretados por especialistas. Neles, eles expressam a violência sexual e outras negligências que ocorriam dentro de suas casas. Conforme outro blogueiro, Lucas Mombaque, as ilustrações estiveram em exposição na Espanha em outubro de 2010.

Neste Post do Blog A Católica, você confere 5 desses desenhos, com as interpretações que recolhi dos Posts de Vicente Carvalho e de Lucas Mombaque.

4 de setembro de 2013

Socorro, gente: eu "não tenho" ambição!

Sob os critérios do mundão, não passo de uma acomodada.
Deixe estar...
O que eu desejo veementemente, ninguém pode ver nem tocar

(Ilustração de Frits Ahlefeldt)

Tive um entrevero dia desses com alguém - OK: há sangue quente e vermelho correndo em minhas veias, e não azul nem muito menos frio - e esse alguém me disse aos berros: "Você é pobre, feia e sem ambição!!!". Pobre, sou mesmo. Feia, bem, é um adjetivo que não me ofende: questão de gosto. Meu pai, por exemplo, acha a Gisele Bündchen "feia" (não entende o que todo mundo vê nela).

Agora, sem ambição...

... Nunca parei pra pensar que sou assim. Comentei com minha mãe, que concordou: "Você é mesmo, Ana Paula". Nossa. Eu sou sem ambição. Claro que corri ao dicionário pra entender o que é isso. E encontrei a seguinte definição: Ambição é o "desejo veemente (do que dá superioridade)". Veemente é forte; intenso; fervoroso. Êpa. Êpa. Êpa. Êpa. Eu tenho ambição SIM. Então, por que me afirmam o contrário?

Vamos entender por que muita gente acha que não tenho e por que eu, a sem ambição, me vejo ambiciosa SIM.

O que a maioria das pessoas imagina como "ter ambição" é, em 1º lugar, a avidez por adquirir bens materiais (básicos ou nem tanto). Em outros termos, poupar, financiar ou pedir empréstimo para obter a casa ou apartamento próprios, o automóvel próprio, o sítio próprio, a casa de praia própria... E, depois, o quanto antes ou assim que puder, trocar tudo por um apê maior, um carro mais novo e por aí vai... Isso, segundo o mundão, significa ter ambição.

Fotografia de Marina Fuzaro

Fotografia de George Hodan

Em 2º lugar, o que a maioria das pessoas considera como "ter ambição" é investir na carreira. Faculdade, outra faculdade, especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado, pós-pós-pós-doutorado. E ainda: encontrar um emprego numa megaempresa. Se notar que o "plano de carreira" lá não é bom, fácil: basta trocar de megaempresa, não importa a que custo emocional (companheiro(a) ou filhos que ficam pra trás), e... Recomeçar a subida rumo ao topo: Para o alto e avante!, como diria algum super-herói.

(Conheci uma moça que começou como estagiária numa mega-construtora aqui no Brasil e que me disse: "Minha meta era chegar à sala da presidência e consegui!". De fato, ela foi a secretária pessoal do presidente da tal mega-construtora por anos, até - não sei bem o porquê - ser demitida. Ambiciosa, hum?)

Fotografia de Vera Kratochvil

É.

Sob esses 2 pontos de vista, não sou mesmo ambiciosa. Não tenho casa nem apartamento próprios. Nem planos de adquirir um imóvel tão cedo. Não tenho um automóvel. Quando digo às pessoas que um carro "pra chamar de meu" não me faz falta, que me dou bem com caronas, ônibus e táxis, vejo sobrancelhas franzidas e pupilas comprimidas. "Plano de carreira"? Obrigada, não. Passo adiante por ora.

Por que me vejo como ambiciosa então?

Porque, se ambição, conforme o dicionário, é o "desejo veemente (do que dá superioridade)", então, como todo bom católico...

... Sonho com os Céus. Almejo coisas simples - e tão difíceis! - que agradariam a Nosso Senhor Jesus Cristo: amar os meus inimigos; perdoar os que me ofendem (incluindo a pessoa que me chamou de "pobre, feia e sem ambição"); ser dócil aos desígnios de Deus; cumprir o meu papel de mãe e de esposa com humildade e sabedoria; oferecer a outra face; dar sem esperar receber; amar sem medida; não faltar à Santa Missa; rezar o santo Terço diariamente; não descuidar do meu estudo bíblico...

... Como vê, caro internauta d'A Católica, tudo muito singelo. Tratam-se de tesouros invisíveis, que ninguém pode enxergar pra me enaltecer ("Nossa, que apartamento bacana!"; "Nossa, que carrão, hein?"; "Nossa, parabéns, você foi promovida na sua megaempresa! Que salário bom, hã?"). Eu desejo o que dá superioridade, mas é insondável: provém da Graça de Deus. Está escondido no coração Dele...

"Jesus chama as criancinhas a Si" (Mc 10, 13-16)

Fonte: Google Images