28 de junho de 2012

Ah, as mãos...

Quem de nós não adoraria ter uma Mammy,
como Scarlett O'Hara no filme ... E o Vento Levou?
Alguém para nos servir, dando-nos tudo de bandeja?

Neste Post d'A Católica, a inutilidade das nossas mãos

(Imagem: Studio portrait photo of Vivien Leigh taken for promotional use - 1939 - MGM)

Quando assisti ao clássico ... E o Vento Levou pela primeira vez, logo no comecinho do filme, algo me chamou a atenção: Scarlett O'Hara, a personagem principal, se aprontava para ir a um churrasco e recebia tudo nas mãos: desde a bandeja prateada com o café da manhã até o espartilho que a escrava, Mammy, apertava-lhe na cinturinha de pilão (como dizemos aqui no Brasil).

Muitos anos mais tarde, quando vi Maria Antonieta, fiquei impressionada com a sucessão de cenas nas quais a aristocrata austríaca, que se casou com o herdeiro do trono francês, Luís XVI, não precisava fazer absolutamente nada: havia quase uma dezena de criadas para lhe tirarem as roupas e lhe colocarem a camisola. As mãos da princesa serviam praticamente apenas para dispor penduricalhos sobre as perucas que usava, jogar cartas e levar champanhe e guloseimas coloridas à boca.

Pouco depois disso, comecei a assistir ao A Dama de Ferro. Também logo no início desse filme, a personagem Margaret Thatcher, interpretada por Meryl Streep, tem dificuldades de se vestir e conta com o auxílio (se não me engano) da filha para pôr vestidos, casacos e os sapatos. Estava idosa e doente. Contemplar as dificuldades da ex-primeira-ministra do Reino Unido da Grã-Bretanha me fez recordar as palavras da minha mãe: "Nada como fazer as coisas sem precisar da ajuda de alguém...".

Ah, as mãos.

Photo taken in 1925 or earlier, by Doris Ulmann