25 de outubro de 2010

Fazer as coisas mal feitas... Pode gerar discórdias

Um pão ruim pode ser estopim
de situações desagradáveis. Seria diferente,
caso o padeiro o tivesse feito com... Amor!
Estive pensando na cadeia de sucessões que é a vida. A nossa vida. Há dois dias, o pão que meu marido traz da padaria não é o mesmo. Está mais ácido ou azedo - nem sei descrever o gosto. Hoje, ele me disse que interrogou as moças que embrulham os pães dos clientes e uma delas relatou:

É que o padeiro está de férias. É outro que está fazendo o pão agora. Ah: o senhor não é o único a se queixar. Todo mundo está reclamando...

Farney me disse que não se queixou: apenas perguntou o porquê da diferença no sabor. Na hora, comentei com ele: "Olhe só o que dá um serviço mal feito...".

Continuei:

Já pensou se alguém se assenta para tomar o café da manhã e diz em seu íntimo: "Que droga! Que pão ruim!", daí então ele já começa o dia com o pé esquerdo, chega ao trabalho de mau humor e se põe, sem querer, a descontar a sua frustração nos colegas de trabalho ou na moça do cafezinho. Tudo isso, porque alguém não aprendeu a fazer pão direito ou aprendeu e não quis fazer direito"...

Prossegui ainda, na minha reflexão:

Ou imagine se uma esposa (como eu!) espera a marido chegar da padaria, prova do pão, não gosta, aí começa a xingá-lo: "Está vendo só: você não presta nem para comprar pão direito!!", então se inicia uma briga, o marido vai trabalhar de sangue quente, se ele dirigir, pode até bater o carro ou chegar ao serviço descontando em todo mundo - também sem querer - a briga que teve com a esposa por causa de um pão que não foi feito direito...

Ao terminarmos a nossa reflexão sobre "o pão mal feito", ou melhor, ao terminar o meu monólogo (porque o Farney apenas ouviu, concordando com a cabeça), declarei: "Aha!!! Isso dá um Post para o Blog!".

... E aqui estou eu, escrevendo-o para você.

Meu marido saiu e fiquei matutando que um pão mal feito pode desencadear sentimentos ruins nas pessoas, causar uma briga entre elas e até uma morte - caso alguém dirija um carro com frustração, com raiva e em alta velocidade. Tudo isso, devido a um pãozinho francês de padaria!

Matutei também sobre mim mesma: se uma palavra que eu disse fora de hora ou de tom, se alguma atitude minha, como bebidas que deixei de comprar para um evento (e que eram necessárias), ou ainda se um serviço que fiz mal feito: como um telefonema que não dei e que esclareceria as coisas no meu escritório ou uma informação que não chequei e que, por isso, foi registrada erroneamente, prejudicando o meu setor ou um cliente da firma...

... Pensei se algo - pequeno ou grande - que eu não fiz ou fiz mal feito, como o (novo) padeiro da padaria, se tudo isso, relacionado a meu comportamento, não semeou desilusão e desavença entre as pessoas.

Então, gelei. Fiquei triste, porque muito provavelmente causei dissabores em alguém (ou alguéns). E alegre, porque não morri e há tempo de me arrepender e mudar - ou ao menos tentar mudar de verdade - meu jeito de proceder.

(Enquanto isso, TORÇO para que o padeiro da padaria que frequentamos volte logo das férias: está duro comer todo dia um pão francês tão... Mal feito!)


Fotografia de Julie Kertesz

~Ana Paula~A Católica
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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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