17 de janeiro de 2024

A salvação entra pelo ouvido

Foto de Vera Kratochvil

Evangelho Segundo São Marcos (Mc 16, 14)

"A salvação entra pelo ouvido", como o saudoso Padre Léo dizia. Desde que haja um ambiente propício à audição - eu acrescentaria. 

Quando Maria Madalena e os discípulos de Emaús noticiaram que Jesus vivia e fora visto por eles, os Onze discípulos (Judas já não estava mais entre eles) não quiseram acreditar. E por quê? Porque estavam "aflitos e chorosos". 

A tristeza deles, portanto, endureceu seu coração para a novidade da ressurreição. "Novidade" entre aspas, porque, conforme o Evangelho Segundo São Marcos, em ao menos três ocasiões Cristo anunciou que ressuscitaria. Duvidar do testemunho de Madalena e dos discípulos de Emaús foi como duvidar da palavra do próprio Jesus.

Nós agimos assim também nos nossos momentos de aflição e choro. A tristeza que nos envolve nos torna surdos à mensagem de salvação do Senhor.

Porém, se nos serve de consolo, até mesmo a santa francesa Teresa de Lisieux (ou Teresinha de Jesus) experimentou a obscuridade, como ela mesma registrou em seu diário: "Não creio na vida eterna; parece-me que depois desta vida mortal não existe nada: tudo desapareceu para mim, não me resta senão o amor". 

Nessas horas de descrença, de secura espiritual, faz-se necessário seguir o exemplo do pai do jovem epilético que, diante de Cristo, orou assim: "Vem em socorro à minha falta de fé!". Foi essa prece que criou um ambiente propício à audição das palavras de cura de Jesus.

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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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