Cada uma de nós sente e se coloca no mundo de maneira muito particular, embora todas pertençamos a grandes grupos. Sim: sou brasileira como outros 191 milhões de pessoas; católica apostólica romana como 1 bilhão e 200 milhões de outros indivíduos no mundo; mineira (ou seja, nascida no estado de Minas Gerais) como 19 milhões e 600 mil cidadãos e mulher como alguns bilhões dos 7 bilhões de seres humanos na face da Terra. Contudo, sou única. E percebo a vida do panorama único no qual me situo.
Hoje, Terça-Feira de Carnaval, também é o Dia Internacional da Mulher - instituído pelas Nações Unidas em 1975 com o propósito de "reconhecer e coroar um longo processo de lutas, organização e conscientização das mulheres" (IBGE teen). E eu parei para pensar em como me sinto diante dessa data.
Se você que lê este Post d'A Católica esqueceu ou é nova o suficiente para não sabê-lo ainda, o reconhecimento e coroamento mencionados acima ocorrem, porque nem sempre as mulheres puderam "frequentar escolas, votar e se candidatar a cargos políticos, praticar esportes e representar o país em competições esportivas". Daí a importância das "lutas, organização e conscientização" delas, ou melhor, nossas.
Com o passar dos anos, ante as conquistas femininas - e a eleição de Dilma Rousseff, mineira de Belo Horizonte como eu, à Presidência do Brasil é exemplo pujante -, cheguei à conclusão inevitável de que... Ei! Mulheres e homens, em habilidade intelectual, força moral e resistência emocional, são iguais sim. Iguaizinhos. E da mesma forma que não existe raça "branca" ou "negra", e sim "humana", como aprendi com a maravilhosa professora Jane Elliott, para mim, acima do gênero está a pessoa.
Portanto, neste 8 de março, quando parei para elucubrar sobre a especificidade de Ser Mulher, inferi que ela se torna pequena demais ante outra bem maior: Ser Humana.
Amalia de Llano y Dotres, Countess of Vilches (1853), Federico de Madrazo |
Poderia ficar aqui deslindando o que Deus espera de mim e de você como mulheres, mães, filhas, educadoras, esposas, católicas apostólicas romanas ou fiéis de outras denominações religiosas... Porém, seria em vão. Em vão. Porque só consigo olhar para mim e ver muito além deste papel especial de integrar o sexo feminino. Hoje, eu me enxergo muito mais como simplesmente uma pessoa. O gênero, embora gritante, tornou-se quase secundário. E isso quer dizer duas coisas.
Primeiro que, graças às conquistas de pioneiras em todas as áreas - da ciência, como a polonesa Marie Curie; da cultura, como a inglesa Virginia Woolf; da religião, como a espanhola Teresa de Jesus (ou de Ávila) e dos costumes, como a brasileira Leila Diniz -, hoje, 8 de março de 2011, não me sinto intimidada nem inferiorizada frente aos homens. Como disse acima, somos iguais em competência e talento.
Segundo, que descobri que as metas feminina e masculina se equiparam: ambos os gêneros estão (ou deveriam estar) comprometidos em tornarem-se melhores. Muito além das diferenças físicas e, de certa forma, comportamentais, está a unicidade da finalidade que une e assemelha: o fim da mulher não se resume mais a "seduzir" nem o do homem, a "prover". Os dois sexos fortes (não há um frágil e outro forte) são irmãos no Dom de Crescer e em Levar Até o Limite os Talentos que receberam de Deus.
Para mim, e em suma, o Dia Internacional da Mulher serve apenas para relembrar que, embora não seja mais incomum uma mulher se eleger Chefe de Estado de uma nação grande como o Brasil - recentemente, noticiou-se que meu país teria se tornado a sétima economia do mundo -, não foi fácil chegar à igualdade de que várias sociedades desfrutam hoje.
O incremento do número de mulheres nas universidades e nos cargos de diretoria das empresas é notável - desde que me formei como jornalista no ano de 2000, só tive chefas. Em alguns países, é verdade, elas seguem reprimidas, mas os ganhos em outras partes do planeta são consideráveis. E inegáveis. Desse modo, com a conscientização quase generalizada de que as diferenças entre homens e mulheres não são do foro da aptidão, prefiro considerar hoje o Dia Internacional da Pessoa.
Que ele não sirva só para ganharmos flores ou uma singela rosa de nossos maridos ou namorados. Que todos nós, em todo o mundo - já que se trata de um dia internacional -, paremos TUDO para pensar detidamente sobre o nosso papel na vida. Nesta vida. Independentemente de gêneros, estamos todos aqui para Ser Feliz e Fazer Alguém Feliz - vide o Post d'A Católica A sua vida é responsabilidade SUA.
Saúde e Paz!!
Violet Hammersley, wife of Hugh Hammersley (1892-1893), John Singer Sargent |
P.S. Os números do primeiro parágrafo deste Post foram extraídos: do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); do Anuário Estatístico da Igreja-2011 e do relatório Mulheres do Mundo 2010, da Organização das Nações Unidas (ONU).
P.S.2 Para saber um pouco mais sobre o Dia Internacional da Mulher, navegue aqui.
~Ana Paula~A Católica