10 de dezembro de 2010

Um Post sobre gente que só vê defeito e critica a nossa vida

Tem gente com o olhar afiado para descobrir (e exagerar) a feiura
nos eventos sociais ou na casa e na vida dos outros.
SE esse é o seu caso... Este Post é dedicado a você

Alguns de nós têm os olhos treinados para a feiura. Quando visitamos a casa de alguém, quando vamos a uma cerimônia de casamento, quando conhecemos nossa cunhada ou nora, em qualquer situação, alguns de nós procuram não o que há de bom, e sim um defeito, um deslize, um senão. "A casa é grande, mas..."; "O casamento foi bonito, mas..."; "Ela parece educada, mas..."; "A festa de aniversário teve fartura, mas...".

Noutro dia, do nada, sem que eu tivesse perguntado a respeito, chegaram até mim e disseram: "Não gosto do bairro onde você mora". (!!!) Infelizmente me relaciono com gente diplomada, pós-graduada e doutora em ver erro e feiura. Depois me questionam por que gosto tanto de ficar em casa. Resposta: porque é chatíssimo estar com pessoas cheias de senão, que só sabem criticar.

Não sou nenhuma santa.

Já falei aqui n'A Católica, vide o Post O meu grão de mostarda, que cometo os pecados da maledicência e da murmuração. Porém, a mesma destreza que procuro ter em enxergar as minhas falhas, também tento desenvolver para encontrar o que haveria de positivo em mim. E reconheço que não viro para alguém e digo: "Não gosto do seu bairro". Isso é estúpido e grosseiro.

Saí a meu Vovô Raul. Treino a mim mesma para avistar e exaltar a BELEZA.

Se visito a casa de alguém, localizo com olhos de lince o que me agradou e solto um elogio: "Nossa! A luz do sol entra pela janela! É tão bom uma casa onde bate o sol!". Se vou a um casamento, por menos glamouroso que seja, apelo para o essencial: "Lindo, o beijo de vocês dois!". Se não vou com a cara da namorada de um primo, esforço-me para ser o mais agradável possível com ela. Isso não é falsidade. Chama-se educação, bons modos. Além disso, é a regra de ouro que Jesus Cristo nos ensinou:

"O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles" (Lc 6, 31).

Sabe aqueles romances ou filmes em que vemos a esposa sempre reclamando com o marido? "Você não desce com o lixo"; "Você só chega tarde"; "Você deixa a tampa do vaso levantada"; "Você não joga a latinha da cerveja no lixo dos reciclados". "Você..."; "Você..."; "Você...". Pois tem gente que, apesar de não se dar conta disso, age assim conosco. Só se dirige a nós para bramir contra alguma imperfeição que teríamos.

Cultivamos uma mania desagradável, irritante, desprezível de achar que temos A SOLUÇÃO para a vida dos outros. Nem digo "problema dos outros", porque, muitas vezes, para os outros, o que eles passam não é um problema. Contudo, para quem está de fora, é. E não adianta convencer do contrário.

Por exemplo: eu não trabalho fora. Sou dona-de-casa. Entretanto, muita gente vê isso como "um problema" quando, de fato, não é. Não é um problema para mim nem para o meu marido. Nossa vida assim está perfeita. Perfeita para nós dois. Pois afirmo a você, caro internauta: quem está de fora me agride (!!!), porque acha que eu tenho que estar na rua, ganhando um salário.

A partir disto: Ana Paula não tem um salário, torno-me um bode expiatório. Não presto, não mereço respeito, sou tratada como um nada. Pessoas próximas lançam-me um olhar num misto de desprezo e, ao mesmo tempo, de "eu queria estar no seu lugar". Porque é disto que se trata, como todo psicólogo, por mediano que seja, sabe: quem desdenha, quer comprar. Quem critica tanto é porque, ainda que inconscientemente, no fundo e em verdade, queria estar ali. Ou melhor: aqui. Vivendo a minha vida.

Você já percebeu que este Post é um desabafo, né? E vem com estas duas dicas a seguir, cujo destino e objetivo são apenas este: contribuir para a harmonia nas relações interpessoais e a paz no mundo. (Ambiciosa, essa minha pretensão! Porém, é honesta.) Espero que lhe sejam proveitosas:

1ª - SE você for a algum evento - visitar a casa de alguém pela 1ª ou 5ª vezes, assistir a um casamento, marcar presença em um aniversário, conhecer a cunhada ou a namorada do primo - trate de respirar fundo e, antes de abrir a boca para propalar a alguém (cujo ouvido você queira fazer de "penico", como dizemos no Brasil) o que você achou de feio ou ruim, cale-se. OU trate de achar algo de bom. E fale sobre isso. Apenas sobre isso.

2ª - NÃO dê palpite na vida de ninguém, principalmente quando a pessoa em questão, cuja vida você acha "errada", não lhe pediu a "argúcia" da sua opinião "imparcial".

Não existe UMA fórmula da felicidade que sirva para todo mundo. SE você acha que toda mulher deve trabalhar fora para torrar todo o dinheiro em roupas e sapatos, ótimo. (Parabéns pelo seu salário só seu.) Entretanto, isso é a receita do que seja "o ideal" para você. Ou para muita gente, mas não para todo mundo. Ninguém vale menos ou é idiota ou (como me disseram uma vez com todas as vogais e consoantes) burra só porque quer ser dona-de-casa. Entendeu?

Caro internauta:
obrigada por haver chegado até esta última linha. Ufa!
O seu tempo é uma honra para mim! Saúde e Paz!!


Fotografia de Petr Kratochvil


~Ana Paula~A Católica
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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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