20 de outubro de 2014

Negligente

Photo: Thomas Bresson

Onde se meteu?
Não há nuvens,
encostas nem muros.
À exceção de umas luzinhas,
o breu desvestiu tudo.

Dos olhos e dos sonhos,
despontam taras
e medos.
No lado de cá
do mundo,
é a hora da verdade.
Todos se mostram:
que é de você?

Não sabe
que a dona triste,
o velho torto,
a moça só,
o homem louco
contam consigo?

Não sabe
que pr'um punhado de gente
é dia
e você, o único sol?

Não se furte de ser
norte
de quem prefere a madrugada.

Você é a face amigável
pra quem não tem mais nada.


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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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