19 de setembro de 2014

O homem bruto

Pôster do filme Os Brutos Também Amam (Shane, em inglês) - 1953
Reprodução-Internet

Os brutos também amam.
E eu amo um também.

A barriga ronca, comem.
O que têm, calha.
Não falam, resmungam -
às vezes o que convém.

Saem do canto
arregaçam as mangas
não ligam
pro suor na cara
enfiam
dois pés na lama.

Pau é pau
pedra é pedra -
não enlouquecem
não abstraem.

Não trocam as bolas
não fazem hora:
rezam curto,
amam ligeiro.
Dormem profundo...
... Despertam
sem dispersar.

O que querem está claro.
Seus segredos,
bem escondidos.
Cultuo meu homem
bruto:
coisa rara
num mundo impreciso.


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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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