16 de janeiro de 2024

Por que Pôncio Pilatos se admirou

Ilustração: "Jesus entregue a Pilatos"
Ano: 1984 - Artista: Jim Padgett
Fonte: Distant Shores Media/Sweet Publishing (CC BY-SA 3.0)

Evangelho Segundo São Marcos (Mc 15, 2-5)

Jesus tinha desapego total da Sua personalidade. Explica-se: enquanto alguns se dedicam ao marketing pessoal, a lustrar o próprio perfil, Jesus dava de ombros pra vaidade. Ele não viveu em busca de aceitação pela maioria, muito menos pelos poderosos.

O Homem que aconselhou a procurar os últimos lugares e a ser servo de todos lançava um desafio aos que tinham amor próprio em demasia: esvaziar-se de si. Isso fica claro quando Ele ensinou a oferecer a outra face a quem lhe ferir uma; a ofertar a túnica a quem lhe tirar a capa; a dar a todo aquele que pede e a não reclamar, se alguém tomar o que era seu.

Enfim, Cristo ensinou o despojamento, incluindo do que nos é Mais Caro: nós mesmos. Por isso não estranha, àqueles que entenderam a Sua proposta, Seu silêncio quando os sumos sacerdotes acusavam-No de muitas coisas. Jesus era livre: não tinha apego à ideia que faziam Dele. Dessa forma, tinha ZERO interesse em convencer do contrário alguém que o odiava.

Ele mesmo instruiu Seus discípulos a sacudirem o pó dos pés ao saírem de um lugar onde não os receberiam nem os escutariam. Não os instruiu a ficar e reverter a opinião alheia.

Por isto Pôncio Pilatos, o prefeito romano da Judeia, ficou admirado: diante dele estava um Homem diferente de todos os outros que conhecia. Um Homem que não tentava mudar o conceito que os demais tinham Dele. Um Homem cujo foco, diferente do de algumas pessoas, não era Ele mesmo. Um Homem centrado em algo maior. Um Homem (nós o saberíamos) que era Deus.

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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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