Tela: "Maldições contra os fariseus"
Ano: 1886-1894 - Artista: James Tissot |
Evangelho Segundo São Mateus (Mt 23, 23-24) |
Cresci rodeada de revistas femininas: tanto minha madrinha Suzana, irmã da minha mãe, quanto minha Tia Beth, irmã do meu pai, as assinavam. Nova, Elle, Cláudia... Eu as lia todas.
Numa delas, o psicoterapeuta Dr. Flávio Gikovate tinha uma coluna. Um de seus textos, provavelmente o que mais me marcou, dizia que liberdade é aliar vida e pensamento. Ou seja: liberdade é poder viver, pôr em prática, aquilo em que se acredita.
Na Bíblia, de acordo com o saudoso Padre Léo, o pecado que Jesus mais condenava era a hipocrisia. Hipócrita é aquele que não vive conforme o que pensa. Cristo acusa os fariseus - que pretendiam viver segundo os mandamentos, mas derrapavam na sua interpretação - de serem assim: hipócritas.
Sempre que leio a Bíblia e chego à parte em que Jesus, indignado, chama-os de "cegos", "insensatos", "sepulcros caiados", "serpentes", "raça de víboras"... Eu visto a carapuça. Não leio os evangelhos mantendo distância dos vilões, como se eu estivesse longe da possibilidade de errar como eles. Não me acho melhor.