Tela: Der Goldfisch (1925), Paul Klee |
Meus olhos pesam
e começo a sonhar
com um peixe.
Coisa chata
é comer
tendo que separar
espinhas.
Que me engasguem:
ver o mundo
no sufoco
vai ser divertido.
Enquanto engulo,
penso em São Brás
e no limão que exagerei.
A cabeça sobra na
travessa.
Atravesso a areia.
O som do mar
não embala: embrulha.
A vida só escorre.
Não retorna jamais.