Foto de George Hodan |
Escrito em São Paulo - 23 de junho
O carro voa.
A seta indica.
Alguém faz curva.
O céu nubla.
O mercado abre.
A folha vira.
O vidro suja.
A boca de lobo aberta.
A faixa espera.
O asfalto queima.
A cortina fecha.
A rotatória fica.
O muro parte.
O grafite vibra.
Tudo o que se move ou para
me tromba, me rasga,
me recupera.
Embora nem saiba de mim.