Tela: Visión de San Antonio de Padua (1660-62), Alonso Cano |
Hoje eu te vi, amado meu!
Te imaginava tão magro,
e vi que não eras.
É tão lindo,
quando o véu cai
e a surpresa de um rosto
é revelada.
Tu tinhas bochechas
e olhos tão pequeninos!
Perfeitos pra não ver
as mazelas do mundo
- imensas -
e pra focar no nosso
coração, pequenino,
aprendiz de amar.
Tonsura, barba por fazer.
Um sorriso singelo
e confiante
de quem conversou
com os peixes,
foi abraçado
por Francisco,
viu a face do Pai.
Antônio.
O teu amor
por Jesus e pelo Cristo
em cada ser
foi tão grande,
que ainda hoje
posso senti-lo.
Nas minhas horas
mais tristes,
aquelas em que
o escuro se supera,
é no teu colo marrom
que sempre me imagino,
com tuas mãos
de dedos compridos
me convencendo:
"Tudo vai melhorar".
Antônio.
Antônio.
Antônio.
Nunca li obra tua,
de ti tenho lendas
e testemunhos
que me descem
o queixo
e me forçam
joelhos no chão.
Não consigo
alcançar
a mensagem e as exigências
do Salvador,
sem antes
implorar teu ouvido.
Não consigo
chegar ao Céu
sem passar por ti.
Tens um rosto.
Posso olhá-lo
e dizer-te:
tu és meu melhor amigo.
Tela: Sant'Antonio da Padova con Gesù Bambino (Sem Data), Giacomo Farelli |