Foto de alex grichenko |
Outro dia vi na TV
a mulher que cheira
gasolina
antes de dormir.
Não tiro a razão:
o odor é bom.
A frequência
é que dá medo:
todo dia?
Tem aromas,
que se tivessem frascos,
compraria:
mato molhado,
livro novo,
maço de cigarro,
perfume usado.
A música não pode
o que a fragrância faz.
Por isso,
ando por aí
alerta ao que me traz
o jardim da Tia Lia,
o armário da Mãe-Ita,
a pele que desejava tanto,
mas que me repelia...