Tela: Auf dem Bauch liegender weiblicher Akt (1917), Egon Schiele |
Escrito em São Paulo - 23 de junho
Minha boca
me trai
o tempo inteiro.
Sempre digo
o que não devia.
Depois,
o coração esfria.
Fica o arrependimento.
Meus olhos
também me traem.
Não veem
quem eu quero.
Coração aperta -
tristeza de momento.
Meus ouvidos
me traem:
ouço sua voz,
distorço o que é dito.
Coração esquenta,
mas ganha um trinco.
Minhas mãos
traidoras
sonham que dançam
em seu corpo.
Coração dispara.
O sol chega...
Só quero dormir de novo.