Tela: Woman Drying Herself (cerca de 1905), Edgar Degas |
Um corpo cansado
se secou na toalha.
Jogada no muro,
da rua, dava pra ver.
Toalha magenta -
mas tenho certeza:
um homem se envolveu ali.
Aquela toalha
me deu um conforto...
... Uma pessoa
ficou limpa, renovada.
Quase bati palmas -
Ô de casa - ou
o punho no portão:
"De quem é a toalha?".
Queria mirar
o rosto fresco
de quem se enxugou.
Avistar na fronte
uma gota esquecida.
Achar
entre as sobrancelhas cerradas,
a mão calejada,
o joelho exposto...
... Qualquer traço de felicidade
que me servisse também.
Tela: Matinée de Septembre (cerca de 1912), Paul Chabas |