Tela: SNOW, MOON AND FLOWERS (1820), Sakai Hoitsu |
Ele mentiu
pra mim.
Não tem importância:
foi doce ouvir.
Nunca pensei
na mentira assim.
Nem em mim
qual abelha-operária,
no encalço de mais,
no devir.
Que a verdade
escafeda!
Como o pólen perdido
que derrapa
e não germina.
Quero o mel
das palavras
adoçando
fatos,
pra me seduzir.
Nunca pensei
num homem
como flor.
Mas quando
ele disse
o que ouvi,
virei
abelha com ferrão
atrás de doçura,
do florir.
Tela: Studies of Flowers (1848), Jacques-Laurent Agasse |