Tela: Humeur nocturne - Evening Mood (1882), William-Adolphe Bouguereau |
A noite jogou
um bafo frio aqui:
atrás da minha
nuca.
Danada:
me chama
pra brincar,
mas sabe
que não pode.
Não tem braços
pra me tocar,
não consegue
se esconder
(ela é imensa
e negra lá fora),
não corre...
... Só se sustenta.
Sim:
ela brinca de estátua.
E quietinha assim
se mostra
boa menina.
Até o negro desbotar
num degradé
persistente.
Até a cidade se calar,
a lua dar no pé,
eu enfim me deitar
e o galo estridente
fazer o azul
renascer.