É uma honra acolher a Mãe do Salvador! Porém, proponho um desafio: vamos ser (como) Maria e causar alegria em quem nos receber. Detalhes sobre a Visitação de Nossa Senhora, você acompanha neste Post (Detail Antependium (1410); Wolle, Leinen, Seide - Fotografia de User:FA2010) |
"Passei anos tentando engravidar. Em vão. Minha comunidade dá muito valor à maternidade, à descendência. Era a minha vergonha não haver gerado filhos. Até pouco tempo atrás, estávamos meu marido e eu. Velhos e sozinhos. Um pelo outro. Até que um dia... Me vi grávida. Em vez de felicidade, senti medo, tristeza e até raiva: 'Tantos anos e só agora Deus nos abençoava com um filho?'. Fiquei sem graça também. Imagine: todo mundo saberia que, na nossa idade, meu marido e eu ainda..."
Esse diálogo interior seria de Isabel ou Elisabete, como é chamada em outros idiomas. Trata-se da prima de Maria, a mãe de Jesus. Foi Padre Léo, em uma de suas centenas de palestras gravadas na Canção Nova, quem falou desse jeito uma vez, como se nos quisesse colocar dentro da mente de Isabel, a fim de nos mostrar o seu estado psicológico, quando Nossa Senhora decidiu deixar Nazaré, na Galileia, e subir até a cidade de Ain Karim, a seis quilômetros de Jerusalém, na Judeia, apenas para visitá-la.
Quanto ao estado psicológico ou à disposição de alma de Nossa Senhora, estes eram bem diferentes: ela vinha da Anunciação - confira o Post d'A Católica Fiat, anjo Gabriel!. Conforme o livro Maria dos Evangelhos (Paulinas, 2010), a mãe de Cristo sentia e irradiava "alegria plena de gratidão e encantamento":
A primeira palavra de Gabriel havia sido: Alegra-te. Maria não vai ignorar tal saudação e convite. Ela se deixa esclarecer por essa mensagem de alegria. O menino que se forma nela é a sua maior fonte de alegria.
Maria não é tocada pelos perigos possíveis: ser despedida, perder o bom nome, em sociedade e perante os pais, ser lapidada. Ela está estabelecida na alegria e a sua força vem do céu: 'Nada é impossível a Deus' [Lc 1, 37]. É desta mulher ditosa que dizemos: Causa da nossa alegria, porque o filho que ela traz no seio é toda a nossa ALEGRIA.
Prova disso é que a visita da Virgem, sua "mera" presença, mudou completamente a disposição de alma da prima anciã. A Menina de Nazaré e o Menino Jesus foram a causa da alegria do feto João Batista, que estremeceu de júbilo no ventre, e consequentemente de Isabel, que o gestava há seis meses e vibrou junto, entoando "o 1º canto endereçado a Maria". Na mesma obra, Giovanni Maria Bigotto o transcreve: