2 de fevereiro de 2024

Uma vida com sentido

Tela: "Cristo no Getsêmani"
Ano: 1886 - Artista: Heinrich Hofmann 

Evangelho Segundo São Mateus (Mt 26, 39)

A oração de Jesus no Getsêmani, pouco antes de ser preso por enviados dos príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo, é uma prece que alguns não ousam fazer. Porque corajosa e resignadamente pede para que se faça não o que Ele, Cristo, quer, e sim o que Seu Pai deseja: "Faça-se a Tua vontade!", clama.

Como é duro se submeter a outrem - ainda que seja o próprio Deus -; como é duro render-se ao desconhecido, ao mistério que é a vontade divina!

Mas Jesus mesmo aponta o caminho: "... eu sou manso e humilde...", ou seja, é através da brandura que acatamos a vontade de Deus para cada um de nós.

Ao menos três santos conseguiram isso depois de muitas lutas para vencer seu temperamento forte: São Jerônimo, que viveu no século 4, São Francisco de Sales, que viveu entre os séculos 16 e 17, e por fim Santa Madre Paulina, que esteve conosco entre os séculos 19 e 20.

São Jerônimo era impulsivo, explosivo, nervoso e até agressivo. Por isso desenvolveu o hábito de se bater no peito com uma pedra, pedindo perdão, para compensar suas faltas.

Quanto a São Francisco de Sales, conforme os escritores Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini, "a extraordinária mansidão que possuía era fruto de muitos esforços e trabalhos, e não algo de inato como tantos podiam pensar. Certa vez, disse: 'Vocês querem que eu perca num quarto de hora aquele pouco de mansidão que adquiri em 20 anos de lutas?'".

Santa Madre Paulina, desde os 14 anos de idade, entregou-se à vida de oração e à mortificação das paixões, para dominar a si mesma. Assim, despojava-se da própria vontade, a fim de discernir (e cumprir) o que Deus queria dela.

O fato de haverem se tornado santos diz o quanto esses três foram bem-sucedidos.

Se Jesus é O Caminho e Ele mesmo acatava o que Deus queria de Si, esse deve ser o norte para quem quer uma vida plena de sentido, longe daquela sensação de "vazio". Uma vida plena, apesar de todas as adversidades, que não podem ser evitadas. Que o diga o próprio Cristo!

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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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