Tela: Mutterliebe (1911), Lovis Corinth |
A cada dia me despeço
do meu filho.
Constantemente
ele está de partida.
Cada vez que sai
a paranoia pergunta: "Será
que vai retornar?".
Mas há despedidas
que acontecem
sob meu nariz
e minhas asas:
manhas
dobras
balbucios,
que ele deixou lá trás.
Os pelos se espraiam
se estica
e deixa de ser
meu bebê
para virar um rapaz.
Moço feito,
muito antes de partir
o coração de alguém
todo dia
enquanto parte aos pouquinhos,
vai partindo o meu também.