Foto de Larisa Koshkina |
Precisava ser tão dura?
Dar galo,
quebrar vidro,
fechar sepultura?
Sozinha, faz tropeçar.
Em grupo, vira estrutura.
Lançada com arte,
faz aros no lago.
À custa de esforço,
se muda em cascalho.
Não deixa papel voar
nem porta bater de frente.
Margeia jardim
açula a navalha.
É chapéu do penitente.
Prima-irmã da realidade,
por mais que se sonhe
(e eu sonho muito)
é feito cisco:
a retina topa com ela -
ainda que no meio-fio.