Tela: In a cafe or L’Absinthe (1873), Edgar Degas |
Para Theodora L.
Frequentemente
ela abre outro par de olhos
que lhe mostra
uma dimensão fantástica.
Nela, não é confundida
com o panorama -
notam que respira,
que a calça lhe cai bem
e sim:
tem ideias bacanas.
Nesse mundo,
o cavaleiro ante o bebedouro
torce o pescoço e lhe pergunta:
"Aceita um pouco?".
E lhe sorri.
E cede a vez
pra sua sede primeiro.
Lá,
não há rosto franzido,
Cala Boca rotineiro
nem tapas que fazem
sabonetes e livros
aterrissarem nos tacos.
É lá que ela passa
a maior parte do tempo -
é assim que resiste
e não salta do barco.