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Tela: A Adoração dos Pastores (entre 1650 e 1700) - Autor Desconhecido |
Um programa de televisão exibiu, décadas atrás, uma matéria sobre a invisibilidade urbana. Tratava-se da constatação de um pesquisador (ou pesquisadora?) de que as pessoas que trabalham uniformizadas - como o pessoal da limpeza - são invisíveis para os demais. Ou seja: há quem passe por elas sem cumprimentar, sem dizer "Bom Dia". É como se não existissem.
Na Palestina do século I, onde e quando Jesus viveu, havia um fenômeno semelhante. Só que os invisíveis, ou seja, aqueles que eram ou deviam ser ignorados, não vestiam uniformes. Eram simplesmente os "impuros". Nessa categoria, cabiam alguns profissionais, como os pastores; os doentes, como os leprosos; e as mulheres sob certas condições, como estarem menstruadas. Essa gente "impura" tinha de ficar à margem, longe das vistas.
Na manhã da última segunda-feira, dia 11 de agosto, o gari Laudemir de Souza Fernandes, o Lau, estava uniformizado. E ele ousou ficar visível. Ousou sair da margem do olhar do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior e vir para o centro.