12 de fevereiro de 2015

Saudade

Tela: Flora (1892), Max Nonnenbruch

Numa tarde,
quando regressávamos
da roça dos meus avós,
paramos numa cachoeira
e minha avó
(Santinha que está no céu)
tirou os sapatos,
molhou os pés
e se esticou pra colher um buquê
de flores brancas
que se exibia nas pedras.

De pés secos,
eu admirava o seu esforço
enquanto a água gritava
e meu avô esperava.

De lá, daquele sítio úmido,
seguimos pela estrada
até a estação rodoviária,
onde viajei junto às flores brancas,
no colo da minha avó.

Revivi aquela tarde
quando estive com você.

Passada uma lua,
meu coração se agita:
quando vou vê-lo outra vez?


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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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