Tela: The Crystal Ball (1902), John William Waterhouse |
Tenho você
nas minhas mãos,
bola transparente
vazia e rica,
e não sei o que fazer consigo.
Não sei se deitamos,
tomamos um café
ou um banho quente,
pensamos no amor,
me tocamos,
viramos a página,
navegamos,
pomos fora
o que tá no lugar,
se saímos,
se ficamos,
se parados assim
olhamos pro céu
que troca de cor
como todo dia:
quando menos se quer.
Tenho você
nas minhas mãos
pequeninas
(pudera imensas)
que não querem abanar
ao vê-lo voando.
Ó, Tempo.