Tela: L'Etoile Perdue (1884), William-Adolphe Bouguereau |
Sou fã de alongamento.
Me estiro toda:
braços, pulsos, dedos
pernas, tendões, plantas.
Nada estala:
natural pro meu corpo
colher uma maçã,
trocar uma lâmpada.
Mas às vezes ele se empolga:
acha que uma estrela alcança
e que faz cafuné em Deus -
pretensão tamanha!
Então uma nuvem anda
e sob sua sombra, se acanha.
Joelhos tocam no peito:
o coração reclama.
Um amor tão alto
(ele já devia saber)
não é qualquer um que apanha.