Tela: Night (1870), Edward Burne-Jones |
coisa alguma:
umas joias em cima,
bijouterias embaixo.
Brilhantes que não esclarecem:
firulas.
Quanto mais escura,
maior a desenvoltura:
dispenso o cão e a bengala
pra não topar nos muros
e tomar estradas.
A rua toda, de noite,
é como o quintal de casa.
E de pé no alpendre,
bacia em punho,
separo o joio e o trigo
apenas no tato.
Em hora nenhuma
meu amor por ele é tão claro
como na noite sem lua
em que não vejo nada.