22 de abril de 2016

Amantes

Tela: Impression, soleil levant (1872), Claude Monet

Há uma hora em que só o dia e eu despertamos.
Enquanto o resto placidamente se estira.
E um com o outro, flertamos,
num delicioso suspense de amantes,
hiato cheio de anseio e neblina.
Então o horizonte se espreguiça
e a cidade boceja
com galos, carros e demais latomias.
E o que era a nossa delícia
depressa se enche e nos distancia.


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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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