Imagem de Tim Houlihan |
A cantoria das cigarras corta o espaço.
Rasga o entardecer em mil tiras:
ficam no chão, os retalhos
que a noite os recolhe em seguida.
Ela seduz a chuva, rejeita o sol.
E o faz vulgarmente, na rua
nos troncos, nos galhos.
Sem pudor, deixa um coração como o meu
em frangalhos.
Os trapos também ficam no chão:
o amanhã os remenda. (É tardo, mas não falho.)