28 de janeiro de 2015

O leque

Tela: Der rote Fächer (1892), Eugene de Blaas

Gostei tanto de você,
que virei leque fechado.

Sem expor a minha estampa,
não me arrisco a desagrado.

Vai que é minimalista?
Meu desenho é rebuscado.

Vai que gosta de rendado?
Meu arremate é laminado.

Ligeireza e golpe acústico
no abrir e no fechar?
Ts. Ts.
O meu corpo é delicado.

Reservada em minhas
dobras
no calor de fevereiro,
seu toque rústico
é uma miragem
que só agita a minha sede.


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Atribuição: Ana Paula Camargo (acatolica.blogspot.com).
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