Levei para a nossa nova casa a velha Ana Paula. Invejo Zaqueu, que mudou de vida "logo" - ou será que essa é apenas a impressão que a Bíblia me dá? (Fotografia de Marina Fuzaro) |
São quatro anos de casada e é a nossa terceira casa. Começamos com um quarto, fomos para dois e agora estamos com três. Mudança (como você deve saber), dá um trabalho... Sem contar o stress de chegar ao novo lar e encontrar móveis queridos, adquiridos com tanto esforço, danificados. (Eu juro que nunca mais contratarei a mesma empresa.)
Há pilhas de caixas vazias empilhadas na copa, tapando a nossa visão das janelas alheias e os olhares curiosos dos nossos vizinhos. Levou uns 20 dias para desempacotarmos tudo. Pôr todas as coisas no devido lugar. Fiz questão de lavar todos os nossos utensílios. Casa nova, vida nova, tudo limpo. Reluzindo a... Inox.
Apesar de tudo, mudar é bom. Afinal, salvo algumas exceções, dificilmente a gente se dispõe a ir para um lugar pior. Sempre corremos atrás do melhor. Daquilo que julgamos ser o melhor. Para nós, para nossos filhos (se os temos).
Debati outro dia com Mamãe Gali que seria ótimo se pudéssemos mudar as disposições da nossa alma do mesmo jeito com que deixamos uma casa e montamos outra, em outro lugar. Mas não é assim, não é mesmo? Por incrível que seja, deslocar cadeiras, estante, poltrona, berço, etc., etc., etc. e pôr roupas e objetos de cama, banho e mesa em armários e gavetas despendem bem menos trabalho (bote "bem menos" nisso) do que deixar de ser fofoqueira, deixar de ser "reclamona", deixar de ser rancorosa...
Eu queria mudar a mim mesma com a mesma presteza com que mudei (mais uma vez) de casa.
Porém, dou cabeçada em muros e pontas de faca, incorrendo nos mesmos erros, percorrendo vias e vielas que sei que dão em... Lugar nenhum.